A
engenharia necessária para colocar três caras em um foguete e disparar
para a Lua parecia algo impossível, mas a NASA conseguiu. Dois anos
depois, os astronautas já brincavam de jogar golfe em solo lunar. Desde
então, a tecnologia espacial se desenvolveu e hoje se planeja até uma
colônia em Marte.
Além de tudo isso, os astronautas atuais contam
com a Estação Espacial Internacional (ISS) para o apoio das missões e
para experiências com pouca gravidade — lembrando que lá a gravidade não
é zero, apenas o efeito, pois a Estação encontra-se num estado de
“queda constante” ocasionado pela força centrípeta a que está sujeita.
Esse
é apenas um dos muitos aspectos da Estação Espacial Internacional. Você
já teve a oportunidade de ver aqui no Mega Curioso alguns fatos sobre o
cotidiano nesse ambiente. Agora você pode conferir mais alguns logo
abaixo.
1 – A Estação é grande
É
difícil mensurar em fotografias do espaço o tamanho de certos objetos
ou corpos celestes. Para efeitos de comparação, por exemplo, se a Terra
fosse do tamanho de uma bola de basquete, a Lua seria o tamanho de uma
bola de tênis. A Estação Espacial Internacional tem cerca de 110 metros
de comprimento, mais ou menos o tamanho do campo do estádio do Maracanã.
2 – A ISS é modular
A
Estação é constituída por diversos módulos, sendo que a maioria foi
construída pelos EUA e Rússia. A partir dos módulos básicos, os demais
foram sendo encaixados, o que facilitou a montagem da estrutura. Desde
1998 o “consórcio” fabrica e envia peças e módulos para o espaço.
Com
isso a Estação pode ser modificada e atualizada de acordo com a
necessidade. Se por um acaso algum módulo seja danificado sem a
possibilidade de reparos, a substituição dele também será simples.
3 – Os seus computadores também são atacados por vírus
Não
são apenas os computadores “terráqueos” que lidam com esse tipo de
problema. Os computadores da Estação já foram infectados por vírus mais
de uma vez. O primeiro relatado foi o famoso W32.Gammima.AG, que,
segundo a Symantec, é um vírus que se espalhou, copiando-se para mídias
removíveis. Ele também rouba senhas de vários jogos on-line.
Agora rodam LINUX
No
ano passado, a EEI abandonou o Windows e o Scientific Linux em favor do
Linux Debian 6 para sua rede de computadores portáteis. Keith Chuvala,
que administra Operações Espaciais de Computadores para a NASA, declarou
na época: “Nós migramos as principais funções do Windows para o Linux
porque precisávamos de um sistema operacional que fosse estável e mais
seguro. Então, se for necessário corrigir, ajustar ou adaptar, nós
podemos”. Para garantir a estabilidade, eles planejam executar uma
versão sempre anterior da mais recente do sistema operacional.
4 – Trânsito intenso na EEI
Se
você pensa que a vida na Estação é só ficar flutuando nos ambientes com
pouca gravidade, está muito enganado. A Estação tem um tráfego muito
maior do que você poderia esperar. No dia nove de junho, a Progress
M-21M partiu da estação, enquanto na semana seguinte a Cygnus CRS Orb-2
estava programada para chegar, sendo a sua segunda missão de
reabastecimento desde o teste de acoplamento bem-sucedido no ano
passado.
E o movimento não para. Atualmente, existem três naves
“ancoradas” por lá: a Soyuz TMA-12M, a Progress M-23M e a Soyuz TMA-13M.
A SpaceX tem uma missão de reabastecimento programada para agosto e uma
nova equipe vai chegar em setembro. Você pode conferir o quadro de
datas deste entra e sai de naves
aqui nesse link.
5 – Você pode acompanhá-la
Além
de ser possível enxergar a Estação Espacial Internacional a olho nu
(ela parece um avião em movimento lento), a NASA tem um serviço chamado
Spot the Station,
que permite que você se cadastre para receber mensagens de texto
dizendo quando você deve procurar pela estação no céu e para qual
direção olhar. Bacana, não é mesmo? Além disso, quando a equipe está de
plantão, você pode assistir a uma transmissão ao vivo de vídeo interno
da Estação através desse
outro link.
6 – Os astronautas de lá contribuem, e muito, para a Ciência
A
EEI é um laboratório de pesquisa em plena órbita. Os experimentos em
andamento por lá incluem, entre muitos outros, a construção de robôs
espaciais mais aperfeiçoados, estudar os efeitos do espaço no esperma,
descobrir como os nossos ritmos circadianos são afetados pela ausência
de um ciclo de 24 horas de luz e escuridão, testar a melhor forma de
cultivar plantas em um ambiente de microgravidade e como construir uma
internet espacial mais rápida. Bastante trabalho para os astronautas!
7 – A Estação não vai existir para sempre
Sim,
é verdade, não está nos planos que a Estação fique lá em cima por muito
mais tempo. Mas ainda não está totalmente certo de que ela será
retirada de órbita em 2020, como foi planejado originalmente. Testes de
engenharia sugerem que o módulo Zarya (o primeiro e mais antigo da
estação) e o Unity node (o primeiro componente norte-americano) estarão
bons por pelo menos até 2028, ou seja, a estação pode ser viável por
mais tempo.
8 – Gravidade
A
água por exemplo não se comporta da mesma forma em um ambiente sem
gravidade. Assim, como você pode ver na imagem acima, o líquido parece
adotar uma consistência gelatinosa. Portanto, lavar as mãos ou tomar
aquele banho relaxante não é tão simples assim. (
Você pode conferir a matéria completa sobre essa curiosidade através deste link.)
9 – A ISS completa uma órbita ao redor da Terra a cada 1h30 e sua gravidade real não é zero
Isso
significa que a estrutura viaja a pouco mais de 8 km por segundo. A
órbita que ela percorre ao redor da Terra é chamada de Órbita Terrestre
Baixa (Low Earth Orbit) e seu raio é de aproximadamente 360 km. A
estação perde, em média, 100 metros de altitude todos os dias – isso
quer dizer que por volta de 2030 ela sairá de operação e colidirá com a
Terra, como ocorreu com a Mir.
É comum associar à estação um
estado de “gravidade zero”, mas isso não está correto. A gravidade
aproximada do local, levando-se em conta um raio de 6.378,1 km
terrestre, é de 8,3 m/s² a 8,4 m/s², pela igualdade da Lei da Gravitação
Universal (LGU) e o peso, o que é considerável. Na superfície terrestre
a aceleração da gravidade é de aproximadamente 9.8 m/s².
g = G x M / R²
G – constante gravitacional universal, M – massa da Terra , R – raio da órbita da Estação
O
efeito “gravidade zero” ocorre porque a estação está “caindo
eternamente” por causa da curva ocasionada pela força centrípeta a que
está sujeita.
10. A China também possui uma estação espacial própria
Como
você deve ter percebido, a China não participa do programa da Estação
Espacial Internacional. Ao invés disso, ela mantém seu próprio programa
espacial desde 1992. O seu auge, no entanto, só ocorreu em 2011, quando o
país lançou a estação. O Tangong-1 é o primeiro módulo, com capacidade
para acomodar 3 astronautas durante um curto período de tempo. A estação
será composta por 3 módulos no total, a serem todos unidos até 2020. No
filme Gravidade, Sandra Bullock utiliza a nave de escape da estação
chinesa para retornar à Terra.
11. Ela pode ser vista a olho nu, da Terra
Ela
é tão grande que pode ser vista da Terra a olho nu, em horários e
locais bem específicos. Infelizmente ela não passa pelo Brasil, logo não
é possível vê-la daqui.
FONTE: